Um em cada 3 adultos do nosso país sofre de hipertensão arterial, sendo esta doença mais comum nas cidades do que nas áreas rurais, segundo revelou um estudo de base populacional para avaliação dos factores de risco para as doenças cardiovasculares na população adulta moçambicana, divulgado no final do ano passado em Maputo, Capital de Moçambique. O estudo foi realizado e divulgado pelo Ministério da Saúde.
O Estudo verificou
ainda que 18,7% dos adultos hipertensos consomem tabaco regularmente.
Por outro lado, o estudo cuja amostra foi feita na cidade de Maputo, indica que a prevalência de fumadores entre homens é de 36% e entre as mulheres é de 6,4%, números que o Ministério da Saúde considera preocupantes atendendo o crescente consumo do tabaco que traz consequências graves a saúde humana.
O consumo de
tabaco se tornou um dos factores de risco mais preocupantes e importantes
para as doenças cardiovasculares, incluindo a hipertensão.
O consumo de
tabaco, quando associado a outros factores de risco como a obesidade,
a inactividade física, maus hábitos alimentares e consumo excessivo
de álcool, aumenta o risco de desenvolvimento de acidentes cerebrovasculares
e enfarte agudo do miocárdio entre 3 a 5 vezes.
A OMS estima que 80% das mortes por doenças crónicas ocorrem nos Países em desenvolvimento e que estas mortes ocorrem de igual forma nos homens e nas mulheres. Estes países, sobrecarregados com o peso das doenças transmissíveis, particularmente o HIV/SIDA, a malária e a tuberculose, vão em breve ver-se a braços com uma segunda epidemia – a das doenças crónicas e em particular, as doenças cardiovasculares. A pobreza é a causa subestimada da tendência crescente deste problema que, por sua vez, influencia negativamente o desenvolvimento económico de países, como é o caso de Moçambique.
Constatou-se ainda que apesar de existir subnutrição em Moçambique a prevalência da obesidade a nível nacional é de 22,9%. Particularmente a nível das cidades onde a prevalência da obesidade é de 30,5%, o problema começa a ser preocupante. Este registo mostrou que em média há 1,7 casos de trombose por dia e que a mortalidade destes casos é de 40,6% ao fim de um mês. A hipertensão é tida como o principal factor de risco destas tromboses. Em muitos destes casos o doente nunca chega a saber que era hipertenso pois nunca tinha avaliado a sua tensão arterial.
Face a este panorama, impõem-se, segundo recomenda o relatório, repensar a estratégia de controle dos factores de risco das doenças crónicas em Moçambique. Assim, recomenda, é necessário alertar as pessoas para a necessidade de periodicamente, mesmo que não tenham qualquer sintoma, avaliar a sua tensão arterial.
Além disso, é importante que todos tenham uma atitude mais positiva em relação ao estilo de vida. A diminuição do consumo de sal, a prática de actividade física regular, o não consumir o álcool, o tabaco e outros alimentos ricos em gorduras são medidas simples que devem ser adoptadas por todos, reduzindo assim o risco destas doenças.
Segundo soubemos, o Ministério da Saúde vai lançar um programa de formação de quadros a nível primário para melhorar o rastreio e controle de doenças crónicas em Moçambique.
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