Porque é que o controle do tabaco deve constituir uma prioridade de saúde pública?
Segundo as estatísticas mundiais o tabaco é a segunda maior causa de mortalidade no mundo. Actualmente é responsável pela morte de um em cada dez adultos no mundo inteiro (cerca de 5 milhões de mortes por ano). Se as actuais tendências continuar, o tabaco causará cerca de 10 milhões de mortes por ano até 2025. A metade das pessoas que fumam hoje, isto é cerca de 650 milhões de pessoas – será eventualmente morta pelo tabaco.
Sabe-se que hoje o tabaco é o quarto factor de risco mais comum para a doença em todo o mundo. Os custos económicos do uso do tabaco são igualmente devastadores. Para além dos altos custos de saúde pública no tratamento das doenças causadas pelo tabaco, o tabaco mata pessoas em idade de produtividade, privando as famílias dos sustentadores e as nações da força saudável de trabalho.
Os fumantes de tabaco são igualmente pouco produtivos enquanto vivos devido ao aumento de doença. O relatório de 1994 estimou que o uso do tabaco resultou em perca bruta global anual de 200 mil milhões de dólares americanos, sendo a tereceira dessa perca em países em desenvolvimento.
Os estudos até aqui publicados confirmam que o tabaco e a pobreza estão inestricavelmente ligados. Estes estudos demonstram que em famílias mais pobres em países com rendas muita baixa, 10% do total de despesas familiares é na compra do tabaco. Significa que essas famílias têm menos dinheiro para gastar em outros itens como a comida, a educação e os cuidados de saúde.
Além do seu efeito directo na saúde, o tabaco leva à mal nutrição, a acrescentados custos em cuidados de saúde e à morte prematura. Também o tabaco contribui para a elevada taxa de analfabetismo, uma vez que o dinheiro que devia ser usado para a educação gasta-se em tabaco. O papel do tabaco na exacerbação da pobreza tem sido ignorado pelos pesquisadores em todas as áreas.
A
experiência tem demonstrado que há muitas medidas custo-efectivas de
controle de tabaco que podem ser implementadas em diferentes
circunstâncias e que podem ter um impacto significativo na redução do
consumo do tabaco.
As estratégias mais efectivas para o controle do
tabaco são as políticas públicas mais amplas, como o banimento da
publicidade directa ou indirecta do tabaco, aumento das taxas e
impostos sobre produtos derivados do tabaco, proibição do fumo em
lugares públicos e de trabalho, e grandes mensagens gráficas de saúde
nos maços de cigarros. Todas estas medidas estão contempladas nas
provisões da Convenção Quadro para Controle do Tabaco.
Moçambique, sendo um país com renda muita baixa e com alto índice de pobreza absoluta nas comunidades deve colocar o controle do tabaco acima dos interesses das multinacionais tabaqueiras que procuram lúcros a custa de vidas dos pobres. Ratificando a Convenção Quadro para Controle de Tabaco, o governo moçambicano não fará mais do que cumprir um dos deveres fundamentais perante o povo, nomeadamente: “proteger as gerações, presentes e futuras, das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas resultantes do consumo e da exposição ao fumo do tabaco”.
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