A empresa diz que os camponeses não devem produzir outras culturas alimentares.
A Dimon, empresa que também fomentava o cultivo de tabaco na zona centro do país permitia e sensibilizava os camponeses a combinarem o tabaco com outras culturas para garantirem a sua subsistência alimentar, mas foi-lhe retirada licença à favor da Mozambique Leaf Tobacco que obriga os camponeses a cultivarem apenas e unicamente o tabaco.
A Mozambique Leaf Tobacco, empresa de capitais norte americanos que tem o monopólio de fomento e compra do tabaco cultivado nas regiões centro e norte de Moçambique não aceita que os camponeses que recebem insumos agrícolas da sua companhia produzam outras culturas para assegurar a sua subsistência alimentar.
Assim, os cerca de 80 mil camponeses que, nalgumas vezes, recebem insumos da Mozambique Leaf Tobacco estão apenas e por obrigação desta multinacional tabaqueira a cultivar tabaco, facto que vem de forma significativa aumentar a pobreza de milhares de pessoas que dependem directamente dos 80 mil camponeses. Por esta situação, muitas famílias camponesas estão a morrer de fome na zona centro, principalmente nas províncias de Tete e Manica.
O mais grave, segundo queixas das populações camponesas que estão a passar por este verdadeiro martírio é que a Mozambique Leaf Tobacco está a praticar preços desencorajadores e utiliza critérios pouco claros para classificar a qualidade do tabaco produzido, situação que provoca o endividamento cada vez mais acentuado dos camponeses.
Por causa desta
má classificação do tabaco produzido pelos camponeses da zona centro,
particularmente de Chifunde, estes não conseguem pagar os valores de
insumos agrícolas fornecidos pela MLT.
Mesmo sabendo que os camponeses
não tem qualquer possibilidade de fazer os pagamentos, a empresa fomentadora
exige que camponeses paguem.
Aliás, a MLT já remeteu processos no tribunal contra os 80 mil camponeses que receberam alguns insumos agrícolas da empresa.
O governo moçambicano concedeu a Mozambique Leaf Tobacco os direitos exclusivos de compra do tabaco verde produzido pelos camponeses da zona centro do país, facto que impossibilita que estes procurem alternativas de mercado para vender o seu tabaco a preços reais.
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